Por terras da Amazónia

Localização Amazónia
Responsável Pe. Elísio Gama

Faz um mês que cheguei ao Brasil e hoje celebrei a primeira missa na igreja matriz da cidade onde vou morar nos próximos anos. Fui acolhido por um colega indiano mais novo que eu e que irá trabalhar noutra diocese depois de me ter iniciado nas tarefas pastorais. Amanhã ele faz 33 anos e eu 48. É uma coincidência interessante. Os dois colegas que vão ficar aqui comigo chegarão depois da Páscoa. Trabalhamos com 70 comunidades rurais, que se espalham pelos municípios de Rurópolis, Placas e Belterra.

A minha viagem correu bem e até hoje ainda não senti nada de anormal em termos de saúde ou de comida. O clima imaginam como é: muito quente e húmido. Estive cerca de duas semanas em Santarém para tratar da documentação e depois fui visitar Oriximiná, onde trabalha o Pe. José Cortes que é português e cuja terra fica a cerca de 10 km da minha. Tou falando da Beira Baixa, é claro. Santarém e Oriximiná são banhadas por grandes rios, afluentes do Amazonas e foi uma óptima experiência para mim. Duas noites inteirinhas dentro do barco e da minha rede.

Rurópolis é um município com cerca de 16 mil habitantes que fica no cruzamento da estrada que vem de Santarém com a transamazónica, que liga o Amazonas ao sul e centro do Brasil. O asfalto ainda não chegou, e quando chove torna-se difícil andar de carro. Eu ainda não toquei no volante, mas estou psicologicamente pronto para enfrentar os atoleiros e as subidas e descidas escorregadias como gelo ou manteiga: nada de travão. O Toyota já se habituou com os outros colegas. Ainda não choveu desde que cheguei aqui e sexta-feira dei graças a Deus por termos feito a viagem de autocarro sem sobressaltos. São cerca de 220 Km desde Santarém até aqui e o asfalto não chega nem ao meio do caminho. Muitas vezes os passageiros têm que sair para empurrar o autocarro. Foram apenas 6 horas de viagem. Muito bom.

As pessoas que moram aqui são quase todas migrantes, vindas do nordeste e do sul do Brasil à procura de uma terra para cultivar e de um futuro melhor. Infelizmente não é sempre assim e há muitos problemas ligados à distribuição das terras. Todo o mundo ficou chocado com a morte da Irmã Dorothy e com a maneira como foi assassinada. Anapu fica a cerca de 450 Km daqui. Em Rurópolis a distribuição de lotes de terra começou antes e não tem tanta violência como lá. Para além da notícia triste da morte da Irmã Dorothy, conta-se também por aqui que as pessoas que assistiram ao funeral ficaram impressionadas com um sinal vindo do céu: uma ameaça de chuva muito forte que se transformou num lindo arco íris ligando a cidade e o cemitério onde a irmã foi sepultada. “IRMÃ DOROTHY: VOCÊ NÃO FOI ENTERRADA, FOI PLANTADA PARA DAR MUITOS FRUTOS”. A morte da Irmã aconteceu em plena Campanha da Fraternidade que este ano se celebra a nível ecuménico e tem como tema “solidariedade e paz” e como lema “felizes os que promovem a paz”. Que a sua vida oferecida por uma maior justiça e paz para todos, sobretudo para os mais pobres, possa fazer do Pará uma terra solidária e pacífica.

No dia 8 de Março vamos começámos a visita pelas comunidades do interior e daqui a algumas semanas já terei uma ideia mais ou menos clara do trabalho que tenho para fazer. Habitualmente as comunidades são visitadas quatro vezes por ano e os animadores e coordenadores das comunidades orientam o trabalho e a vida de cada comunidade. Para que as coisas corram bem, faz-se um esforço grande na formação das diferentes lideranças.

Nesta fase do meu trabalho e da minha vida não terei muitos contactos com comunidades indígenas e por isso não esperem ver-me em breve com penas na cabeça. Mas no próximo ano vai haver um reajustamento das comunidades e ficaremos também com algumas comunidades indígenas no município de Placas.

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