Testemunhos

MISSÃO COM OS PEREGRINOS

Sou Maria Idalina Gomes Luiz, natural do Covão do Coelho, de uma terra onde muitos peregrinos vindo do sul do país, passam quando peregrinam à fátima. O Covão do Coelho fica a cerca de 12 quilometros de fátima. Assim, é considerado por muitos, um sítio ideal para repouso e descanso.

Eu moro ao lado da Igreja, onde muitos peregrinos param para descansar e rezar. Assim, enquanto puder, tento ajudar sempre os peregrinos, ofereço nem que seja um copo de água, uma refeição digna, casa de banho para tomar banho ou cama para descansar e passar a noite.

Comecei a receber peregrinos em minha casa em 2008. Quando, numa tarde, depois de almoço, fui à igreja para fazer as minhas rezas e encontrei lá quatro senhoras com ar muito cansado, notei que estavam muito exaustas e maltratadas da caminhada desde lisboa. Perguntei-lhes se precisavam de alguma coisa e ofereci a minha casa para descansarem um pouco. As senhoras olharam-se umas às outras sem saber o que responder, pois, não me conheciam. Eu vi que elas precisavam de descansar e indiquei-lhes a minha casa.

As senhoras vieram. À entrada da minha casa, tenho uma comoda com umas imagens religiosas. Quando entraram, viram a imagem do menino Jesus numa almofada e disseram umas às outras: “Ai que temos aqui o Salvador!” Estranhei-me com aquela expressão mas elas chamaram-me e rezamos ali, ao pé da imagem do menino Jesus. Depois de ter posto a mesa e a comida, quando estavam a sentar-se para comer, tocou o telefone duma delas. Era a filha que vive na alemanha que tinha tido um bebé, o primeiro filho, que ele não ia sobreviver. A senhora chorou, quando ouviu a notícia de que o bebé, que se chama Salvador, já estava livre do perigo.

Esta foi a razão da sua peregrinação a pé à fátima. Quando soube da condição do seu neto Salvador, pôs os pés a caminho com três amigas, para pedir um milagre a Nossa Senhora. Como não tinham planeado a caminhada desde lisboa, sofreram muito pelo caminho. E lá está o milagre, mesmo antes de chegar a fátima; o Salvador vive.

Elas agradeceram-me e depois continuaram a caminhada até fátima. Seguiram pelo caminho, agora com coração alegre e renovado. Nunca esquecerei daquele momento e desde então, enquanto puder, tento ajudar os peregrinos que passam por aqui. Abro as portas da minha casa para aqueles que com fé, desejam aproximar-se de Nossa Senhora. E sou feliz em ajudar os peregrinos. Desde que comecei a receber peregrinos, aprendi que cada peregrino é uma história, uma prece e uma mensagem de fé.

Agradeço ao Senhor por ter me dado esta missão que me enche de alegria. Como diz a canção inspirada na oração de São Francisco de Assis: Sou feliz, Senhor, porque a vida é partilhar; mais do que receber, a alegria está no dar.